sábado, 12 de fevereiro de 2011

Fino Coletivo no Arena Estúdio









“Copacabana” é um disco pra tocar na festinha, na festona, no rádio, no mp3 player e deixar o clima temperado. Quem vai?

Uma das certezas que se tem ao ouvir este novo disco é que a sonoridade da banda está consolidada como algo original e autoral. Quem conheceu o primeiro trabalho deles (Fino Coletivo/2007), reconhecerá facilmente o grupo em “Copacabana”. Quem for apresentado agora, não terá dificuldade de sacar qual é a dos caras. A presença dos vocais inspirados no samba, o wah wah na cores do violão turbinado, as vozes registradas tantas vezes em coros (sobretudo nos refrões), as letras bem cuidadas fazendo referências às estruturas do samba-canção e do sambalanço, o groove e soul dos baixos e percussões, sempre convidando pra dançar, se somam de uma forma definitivamente particular. Não foram à toa os prêmios dados ao grupo em sua estreia, como o respeitado reconhecimento como “Melhor Grupo” pela APCA (Associação Paulista dos Críticos de Arte) em 2007.

É difícil negar que esse é um disco um pouco mais ‘carioca’ do que o primeiro e que um dos grandes méritos da banda está em achar uma sonoridade original para essa tal carioquice. Sim, porque a  expressão “sonoridade carioca” ao longo dos anos virou campo propício a uma série de clichês estimulados pelos sucessos, sobretudo, do samba e da bossa nova, normalmente associados ao som da moda.  Agora não. O Fino Coletivo consegue desenvolver isso sem que essa “carioquice” seja restritiva, nem soe como uma bandeira – afinal,  dos três compositores atuais, dois são alagoanos. E a receita deles é simples e potente: a (boa) falta de purismos, um esmero lírico ligado à estruturas do samba e suas vertentes, os arranjos feitos para comportar efeitos, texturas e programações junto com coros de vozes e bons refrões.  O nome “Copacabana” é uma metáfora eficiente para uma babilônia de sons e referências, possível de ser sintonizada em qualquer parte do mundo.

Depois de quase dois anos rodando o país com esta formação, não resta muito o que dizer sobre o entrosamento da banda e sobre a consciência que eles têm do que fazem musicalmente. Apesar da estrada ter se estendido para muito além das fronteiras regionais, a cancha dos palcos cariocas trouxe esse certo sotaque já citado. E é assim que o canto arrastado de samba-canção encontra o groove do baixo e dos metais já em “Batida de trovão”. O resultado sonoro da faixa de abertura remete à uma noite de sábado daquelas, logo no início do álbum. “Espantando a solidão” é o verso que resume a pretensão dos caras. Expectativas e empolgação. E aí, vai cair pra dentro? Se sim, escolheu bem.

Nos (com)passos seguintes, vêm “A coisa mais linda do mundo” e “Ai de Mim”. Nessa, o Babulina da Tijuca já passou pelo Beco das Garrafas e virou Jorge Ben. Começa a se notar a força que os teclados de Donatinho, agora membro efetivo da banda e elemento determinante na sonoridade do disco, passam a ter neste novo momento. É das mãos dele que saem a maioria das texturas que dão cor ao disco, por vezes dialogando diretamente com o ritmo, em outras com a harmonia. Quando De Leve entra pra improvisar sobre a base de “Abalando Geral”, a ponte saiu do Leme direto para Niterói, carregada no sotaque e no tal tempero.

Em “Fidelidade”– outro samba-canção, dessa vez aquecido por um dos naipes desenhados por Marlon Sette  para o álbum, o Fino chega cantando que vai “fazer revolução no amor (...) levantar bandeira da fidelidade/pois é coisa da antiga/ ser malandro traidor/ hoje eu visto a camisa/ pelo bem do nosso amor”. Mais uma vez, pinta o diálogo com esse ‘malandro traidor’, velha figura mítica carioca, mas que também tem um pé na malandragem nordestina do forró e do repente.  “Bravo mar” mostra que essa fronteira do grupo é mesmo expansiva, a ponto de flertar sem dificuldades com uma espécie de xote. Arrastado, marcado por triângulos e ganzá (conduzidos por Rita Albano). Essa pilha segue acessa em “Menina bonita” e sua precisa percussão.

Já a regravação de “Swing de Campo Grande”, dos Novos Baianos, foi responsável pela conexão entre o Fino Coletivo e o selo Oi Música. A versão foi uma das vencedoras de um concurso realizado pela Oi FM, em que o grupo de Pepeu, Moraes, Paulinho, Baby e Galvão foi homenageado. Logo depois aparece no disco “Nhem Nhem Nhem”, uma bela busca do repertório de Totonho & Os Cabra. De letra inspirada, a canção ganhou, pelas mãos da produção de Daniel Medeiros e Alvinho Cabral, uma versão com uma dinâmica mais interessante do que a original, algo raro. Além desta tal dinâmica, o naipe baseado em ataques ajudam a dar uma força especial ao refrão, já tão bonito melódica e liricamente. Certamente é um dos pontos altos de “Copacabana”.

Para quem acompanhou a história do Fino Coletivo, ouvir “Se vacilar o Jacaré abraça” ajuda a fazer a conexão com a fase anterior da banda. Celebrando a amizade que permanece, eles põem pra jogo a sua versão pra música de Alvinho Cabral e Wado, este ex-membro da banda e que a gravou originalmente em seu trabalho solo. Já na reta final, pintam “Velho dia” (composição familiar de Alvinho Lancellotti, com seu irmão Domenico e seu pai, o renomado Ivor Lancellotti), e “Amor Meu”. Quem se basear pela listagem de canções do encarte vai se surpreender ao ouvir a surpresa escondida minutos depois do último acorde. Na verdade, chegando para fechar o disco vem um canto de roda, feito por Jorge Cabral (pai de Alvinho) para sua mulher, Roselma, em homenagem ao aniversário dela em 23 de abril, dia de São Jorge (ou Ogum, como sugere a letra) e, justamente por isso,  um feriado carioca. Musicado por Alvinho Lancellotti, é um canto de benção, de terreiro, levado na palma da mão, meio oração, meio samba. E agora sim, podemos encerrar os trabalhos. Amém, saravá.

Por: Bruno Maia

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Sandrinho carioca ao vivo na Lapa




Novo vídeo (curta/documentário) do Sandrinho Carioca, produzido pelo Arena Estúdio , agora gravado na Lapa, no Clube dos Democráticos, em Janeiro de 2011. No vídeos tem imagens da passagem de som, depoimentos dos músicos e imagens do Show. 






sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Eduardo Neves no ARENA ESTÚDIO


Eduardo Neves começou seus estudos de música com flauta doce na escola municipal onde estudava, em 1978, aos 10 anos de idade. Em 1982, já tocando flauta transversal, conheceu o grande músico Nicolino Cópia, o Copinha, a quem considera seu mestre musical. Nessa época começa a tocar com grupos de Choro em saraus e festivais. O percussionista Marcos Suzano e o violonista Rodrigo Lessa foram parceiros constantes nessas tocatas.
Em 1997 passa a acompanhar artistas da MPB, como Luis Melodia e Tim Maia. A partir daí não pára mais: participa de gravações e shows no Brasil e no exterior com nomes como Guinga, Milton Nascimento, Paulinho da Viola, Joyce, Hermeto Pascoal, Caetano Veloso, Grupo Época de Ouro, Paulinho Moska, Maria Bethânia, Leny Andrade , João Donato e Zeca Pagodinho.
Em 1998 criou o grupo Pagode Jazz Sardinha's Club, que tem 2 cds gravados, ganhou o prêmio Timm como Melhor Grupo Instrumental e se apresentou na França em 2004 e 2005. Eduardo Neves ficou em terceiro lugar no Premio Visa de 2001 para melhor instrumentista. E ultimamente vem divulgando as músicas de seu primeiro CD solo, chamado "Gafieira de Bolso", um disco autoral e inspirado nos sons que rolam na Lapa, bairro boêmio do Rio de Janeiro. 





Show Sábado - 15/01  - Sala Baden Powel
Eduardo Neves - Sax e Flauta
Vitor Gonçalves - Piano
Luis Louchard - Baixo
Ricardo Costa - Bateria
Participação Especial de Moisés Alves – Trompete